March 13, 2010

Sunday Morning (2010)

Meu segundo texto do Recife-Cyber-Lama (RCL). Depois de Happy Day, decidi optar por um formato de crônica mesmo, que não manteve, no fim das contas. Mas aqui está essa pequena crônica e continuação em espírito de Happy Day.

Domingo...
Cerveja, praia e futebol.
Narinha ainda dormia quando visto meu calção e pego as chaves do carro.
Deixo um holo para a empregada não sair até voltar, colando a cláusula do contrato genado por ela, em que isto está de acordo com as normas de seu horário.
Em meia hora consigo sair do edifício, trânsito ainda tranqüilo das primeiras horas da manhã ensolarada (8:00). O túnel que vai para a praia esta apinhado, e quente, com certeza.
A cidade está sempre quente. Os meses de chuva são mais curtos, e o ar tremula de calor. Mas nada desértica é a paisagem. Filas infinitas vão em direção a praia.
Passa um menino vendendo cerveja, pago e bebo uma, gostosa e gelada.
Parece a galega do carro ao lado, mas o holo de um cão serve de aviso aos mais apressados, e para mim, basta o cão da minha ex.
Olho para ela uma segunda vez, e o holo rosna, eu sei que não passa de um holo, mas é um holo MUITO feio.
Ligo o jornal. O presidente continua sendo um imbecil e desisto de ler algo além da manchete principal.
Ouço uma buzina e lembro que esqueci de colocar buzinas na lista de ignorância do carro, logo, só as vozes das pessoas passam pelo filtro sonoro.
Vejo que houve uma batida mais trás, e ambos os motoristas saltam de seus carros: armados e perigosos. O motorista do Leviak é mais rápido, mas suja o carro da frente, com um dono que é mais rápido que ele. Dois bots de limpeza carregam logo os corpos para que as crianças não os vejam. Os carros não ficam na fila por muito mais tempo, sendo apanhados pelos auto-guinchos que patrulham a fila.
Mas a violência me perturba um pouco, para ela não há filtro.
Não gosto de trazer Narinha nestas viagens a praia, são muito arriscadas. Há pouco respeito às crianças hoje em dia. Apesar de Recife ser uma das 5 cidades com maior grau de qualidade de vida no país, nem sempre as estatísticas condizem com a realidade.
Quando a fila entra pelo túnel, olho novamente ao redor.
Vejo a galega conversando com um holo, deve ser o marido dela. Cara de idiota, mas vejo que não difere muita da média do pessoal que trabalha comigo no escritório. Trabalho...Tenho pensar é em Sol, Praia, Cerveja e Futebol.
Saio do túnel e vejo a praia, muitas pessoas na frente, com suas toalhas estendidas na calçada tentando pegar um pouco de sol.
Chego a um dos portões de entrada e estaciono na areia. Um segurança vem me revistar, o que é incomodo mais necessário.
Coloco de novo minha sunga e vou pagar pelo uso da Praia, depois, é Sol, Cerveja e Futebol.

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