A viola,
eu carrego,
a violar
os ouvidos alheios
Cordas que traçam meus dedos,
retraçam em meu sangue,
minha linha da vida
Canto sofrido,
diabo,
caatinga
E nos quatro cantos
te encanto
Te sopro, morena!
Doce, é teu assobio suave
Como sangue de porco
Cravo da índia
É doce
Flauta doce
Acorda!
Traz a corda!
a viola, que grita
Quer ser tocada
Lacinantes, entre juremas
Esperneiam
Vai viola, Vai triângulo
Couro de gato,
fez meu pandeiro
Nas favelas,
minha mão queimou
Bate
Bate
O couro bate
Mil alpercatas
Pó, pedra, bosta
Sapicam a terra do chão
Trôpegos
Animais de pau e corda
Desfilam instrumentos
Se brinda com cachaça
Sabá de novena.
Flautas e violas se engancham
A rabeca grita
Também implora
Estridente sanfona
Enfim canta o galo
Eu cantei, disse o galo
Coronel de crista
Ordena o sol nas carnaúbas
Notívagos, instrumentos cansam
Descanso
1 comment:
Curioso descobrir essa veia nordestina sertaneja em tu, Haroudo!
Post a Comment