April 26, 2012
Amantes
Ele cresce a minha volta.
Me enrosca.
É parte de um abraço que sufoca, mas me eterniza.
E não é amor.
Mas é vida.
Somos dois e um.
Ele me leva pela estepe.
O frio o rasga e vejo nacos de si em meio a tempestade.
A areia gelada cobre tudo.
E quase nos enterra.
Meu calor o incendeia.
Caminhamos juntos, um no outro.
Não vejo a coluna, mas a pressinto através da pele dele.
Sua pele é áspera e corta o ar que o corta.
Por dentro, ele me afaga.
Um carinho sem amor, uma paixão sem coração.
A coluna é enorme.
Um tubo de aço, que carrega o mundo para o seu.
Um...elevador orbital.
É assim que chamam.
Jogam coisas em nós.
A pele dele resiste.
Meu amor.
Meu herói.
Agora o amo.
Amo enquanto ele rasga o metal empoeirado que devora o mundo.
Vejo ao nosso lado, outros amantes.
Fazem, não amor, mas guerra.
Rasgam, punham.
Os espinhos saem do ar e nos atacam.
Amantes gritam, caem.
O meu anjo se machuca.
Dou de meu calor, lhe faço levantar.
Luzes nos queimam.
Chegam do céu, pingando ódio.
A carne dura de meu amante se desfaz.
A dor é como um gozo.
Espelha meu sangue pelo frio.
Meu planeta nu, marcado pela minha morte.
Escorrego, deslizo, por furos no corpo de meu amante.
Mortos pelos homens, de um planeta distante.
Que consomem.
Sem amor.
Sem paixão.
Sem
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