April 11, 2012
Bloqueio de Escritor
Estou indeciso em como vou escrever essa crônica. Não sei bem que forma, estrutura, personagens, vou fazer nela. Talvez seja o cansaço, essa coisa de escrever demais, todo dia.
Sem falar de o que tem me ocorrido. Afinal, a despeito do que dizem os românticos, gostar de alguém não é fácil. Gostar de "alguéns", é mais difícil ainda.
Verdade.
Hoje, quando Rosa abriu a porta, eu admito, fique balançado.
Não a via faz dias. Mas sempre tivemos isso, ela tem minha chave. Eu tenho a dela.
Fingi não ligar. Peguei o café frio, fingi que estava quente. Enrolei.
E no reflexo da tela, por que nunca comprei dessas telas de LCD, me dão dor de cabeça, a vi andando pra cima e pra baixo na casa.
E tirando, devagar, a roupa.
E ela sempre gostou essas calcinhas, sutiãs sensuais. Não que ela precisasse nada que adornasse seu corpo.
Então, ela me jogou a calcinha que ficou no meu ombro e fiquei ouvindo ela me chamar do quarto.
Eric, vêm cá.
Eric....
E então, a porra dos gemidos.
Então...
Fiquei balançado.
Mas não me decidi ainda. Porque, tu sabe, mulher é foda.
E aí chega Antônia meia hora depois que botei Rosa pra fora e querendo me puxar do computador pra cozinha, pra o estúdio, pro banheiro, diabos, ocorre até que a gente vá pra cama.
E aí desconverso.
Tenho de terminar a crônica de hoje.
Tu tá ficando sacaninha...
Eu? Sou eu que ando nu na casa dos outros?
Bem, então chegou Iara.
Outra. Outra. Sério.
Iara é diferente porque, sabe, gosta de fazer as coisas, mas me deixa trabalhar.
Então, estou aqui pensando na maldita crônica, que minha maldita editora queria receber pra ontem.
E ela entra debaixo da minha escrivaninha...
Eric, não precisa me dizer mais nada.
Não tem muito o que dizer, Luísa. Levantei, pedi que ela fosse embora. Ela até que lutou, mas foi. Sabe, e daí eu fico indeciso.
Ainda?
É, ainda. Um pouco.
E a crônica?
Eu vou te entregar pessoalmente.
Levo umas cervejas?
Gosto de beber quando comemoro uma decisão.
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