April 21, 2012

Usar ou não o Recife?

Definitivamente estou usando Recife em meus contos. O que não é lá grande novidade. Seu futuro Cyberpunk está em Recife-Cyber-Lama, além de várias referências em outros contos meus, inclusive no primeiro conto desse grupo/cenário/universo, "Valsa para Sofia" e em seguida em "Imortais" e "Baile de Máscaras" ("O Bartender da Meia-Noite" está em pausa, se eu resolver os problemas dele, publico amanhã). E porque estou dando essa informação nada valiosa? Porque me inquietaram. A ideia é que os contos teriam mais valor se lhe fossem retiradas as referências locais. Mas eu amo Recife. Amo até o cheiro e mijo no centro da cidade. Amo a lama que piso no bairro da Várzea. Amo os assaltos que sempre vi na Madalena. Amo seus bares e suas igrejas. E tudo isso está em mim, como que gravado a ferro e fogo em meu córtex, riscado na alma. Eu amo Recife. E acho que a "cor local", as vezes se faz necessária. Não imagino o conto "Dezoito" sem Lisboa, ou "Sete" em outro local que não no Sahara. O local é muitas vezes uma outra personagem, participante do texto. Vai ver, em fim (pois estou velho), me torno, enfim, um Urbanomancer, que necessita de cidades como razão de viver. E se me torno menor do que já sou, paciência.

1 comment:

Claudionor Melo e Isabel Bulhões said...

É bonito ver o amor que você tem por nossa cidade, tão desprezada pelos gestores e decantada por todos os poetas que a vivenciam. Recife tem uma cultura ímpar, identidade própria, ritmo, cor, uma linguagem, em cada canto, feio ou bonito, que só os recifenses entendem.