June 22, 2012
O interruptor de Deus
A primeira vez que aconteceu, foi em uma cidade da França. O blecaute, o apagão, causou espanto, mas foi só. Afinal, quantos apagões ocorrem por ano, seja aqui ou nos Estados Unidos ou Canadá?
Esse, porém, foi peculiar. Na internet, causou ruído. Nâo foi um apagão comum. Os relatos surgiam aos poucos e logo mais e mais notícias chegavam. O que quer que tivesse acontecido na pequena cidade francesa, não foi interrupção de energia apenas. Todas as lâmpadas, eletro domésticos, aparelhos eletrônicos, queimaram. Os habitantes da cidade e região próxima, sentiram uma aguda, verdadeiramente dilarerante dor no corpo, mas especialmente na cabeça. Alguns poucos morreram. Animais também foram encontrados mortos sem motivo aparente, mas as pessoas suspeitavam que tinha sido o mesmo.
Não muito tempo depois, o fenômeno voltou a ocorrer. Dessa vez, na Rússia. Os cientistas não entendiam o que estava ocorrendo. Nenhum aparelho que pudesse ter medido o que quer que seja, havia sobrevivido. E nenhum outro, fora do local, captou sequer qualquer mudança que poderia ter causado aquilo. Novamente o resultado foi o mesmo. Aparelhos que precisavam de energia elétrica, queimaram. Pessoas e animais, morreram. O índice de fatalidade era baixo, mas existente.
Houve pânico. E ao mesmo tempo, as pessoas não sabiam o que pensar. Muitos não acreditavam que algo desse tipo havia ocorrido.
Então, no mesmo diaa, duas cidades na África, uma no Congo, outra no Egito, sofrram o fenômeno. Horas depois, Bagdá. Uma pequena cidade da Itália alguns minutos depois. Novamente, na Rússia, e por fim, nesse dia, Montreal sofre o mesmo.
"O Mundo Vai Acabar", era o que todos diziam em brutal histeria. "#fimdomundo" se tornou o rashtag mais usado em língua portuguesa. Grupos religiosos diziam que, finalmente, Deus resolveu desligar o interruptor da humanidade, que fugiu de seu caminho.
Apenas uma semana depois, enquanto o mundo ainda tentava lidar com o incidente, Ásia e Oceania sofrem o mesmo fenômeno novamente. As mortes diretas são poucos milhares. As indiretas, porém, chegam aos milhões. Dos cinemáticos aviões caindo e causando incêndios, até desastres nucleares. Nada escapa a falha. Os danos, diante da destruição de aparelhos que precisam de energia elétrica, são enormes e contabilizar o estrago, resgatar vítimas, levar suporte as regiões afetadas, é um esforço hercúleo quando quase metade do planeta, voltou a Idade Média.
Um único alívio, é que aparelhos desligados, funcionam normalmente após o fenômeno. Não adianta ligar um computador na toamda se a usina de energia e todos os aparelhos que levam a eletricidade a sua casa, pararam de funcionar. Mas os aparelhos que funcionam a baterias e pilhas e que estavam desligados na hora do desastre, funcionam. Surge um esforço então para se ter uma reserva de tudo, em especial uma estocagem de pilhas, baterias e aparelhos que possam ser usados nessas emergências. As pessoas, no mundo todo, correm para as lojas poucas horas depois da notícia correr o mundo. O pânico gera um frenesi de consumo que apenas as histórias fictícias de horror da Black Friday chegam perto. Pessoas matam, há desordem nas ruas. Há loucura.
E então, em meio aos caos, o mundo apaga em dor.
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