July 25, 2013

F


A receita era simples. E sabendo disso, adicionou, como na dose recomendada, o fermento. A receita era simples pois suas mãe mal sabia fritar ovos. Fato. Ele precisava do bolo logo e resolveu adiantar o tempo e logo abriu novamente a porta do forno. Lá estava o bolo. Fatiado. Como fazer um bolo já sair fatiado? Segredo. Algo que só ele e as focas sabiam. Tinham lhe contato com telex anteontem, alguns anos atrás.
- Oi, tudo bem?
- Tudo, e você?
- Conversa vai.
- Conversa vem.
- Qual tua idade?
- Eu?
- É, menino, qual tua idade?
- 40.
- Sério?
- Sério.
- Não dava mais de 30.
- Photoshop.
E aí eu como a flor que estava na cabeça dela e vejo raios vermelhos talhados no seu, filigranas de um crepúsculo de ontem.
- E então, doutor, é grave?
- Não sei, estou em greve.
FIAT LUX!
Porra, fiquei cego. Fodeo.
É "fudeu", burro.
E eu que sei? Como você sabe disse? Quem disse fudeo/u da primeira vez, escreveu também?
É um fogueira. Odeio São João. Fumaça, sabe? Que fresco. Sério? Sério. Tá muito meta isso aqui. E eu não sei?
- Mulher é um bicho burro da porra, né?
- É, mas só se você não comparar aos homens. Humanos estão todos no fundo do poço.
Falando em fábula, lembrei daquele piada que tinha numa tragédia. Mas já esqueci.
- Muito mais do mesmo.
- Legião?
- Não... Ha, não vou explicar.
E sobre o flagelo? Gelo? Sabe que está fodido, né? Não faz isso, me dá fornicoques!
- Eu já ia dizer fodeu.
- E não?
- O quê?
- Fudeu.
- Eu ia dizer isso.
- Volta o tempo e diz de novo.
- Fudeu.
Isso é um fiasco, eu tinha dito a vocês desde o começo! Mas não me disse nada! Tem como desligar ele? Só depois de comer meu bolo de faisão!
Eu resolvi flanquer as forças da frança, mas a IA entendeu bem o que eu estava fazendo e me encontrou logo antes de Paris. Vive Le Vichy France! Aí eu carreguei outro save e ganhei dos klingons.
[barulho de foca]
[barulho de foca]
O facínora escolheu, entre todas as horas, a meia-inteira. pagou então a meia entrada e furançando-se na fila, fuzilou todos. Estava feliz.
O que você fez? O que você fez? Não. Você. Fez. Sim. Você. Fez.
A cabeça gira em volta do falo, ouvindo o fado falado pelo fanho. Flameja, tudo, fogareia fulgurantemente.
O pinguim fuma o cabelo enquanto mastiga o tubarão.
- Sabe...
Diz o pinguim.
- ...Sabe?
E ele chama os mosquitos. Eles me picam todo e não posso matar nenhum, pois eles ajudam a fertilizar as plantas, faço parte de sua cadeia alimentar e não posso agredir seu habitat. Fico fraco.
Os búzios caem famintos e comem as cartas dos dados do zodíaco da palma da mão do cigano que lia chá.
- Já foi fábula.
E a foca frita.
Que houve com o flagelo? Farfalhante, fiu fiu! Onde está Fernanda? FÍGARO FÍGARO FIIIIIIIIGAROOOO!
Minha irmã dirige o carro por ruas fechadas. O carro balança muito. Ainda visto as roupas amarelas e o símbolo de perigo biológico me faz sentir sujo. Finjo que está tudo bem. Que não toquei no material. Mas ela chora, fungando.
- Eu não morri ainda, Fernanda.
- Cala a boca. Eles estão em você, Fábio.
Fazendo? Fogo. Sem cigarro, fuma o dedo mesmo. Assim, ó. Fuuuuu.... Que gostoso, que libido. Esse rei gosta mesmo é de cassetete, viu a esposa dele com um preso no quadril?
- Um preso no quadril?
- É.
O fantasma desceu da viatura. Faminto, fazia ronda. Com toda franqueza, achou ela gostosa. Fernanda fugiu. Fiquei, com o coração falhando, a mente febril e apertei o enredo, que levava pelo fio, um grande, enorme frio.
O flagelo, Fábio, pra onde ela foi com ele? F é a sexta letra, guiará por passagens tranquilas, refrigerante-a minha alma com coca. Ele não vai responder, ele ativou uma rotina que continuamente hackeia seus padrões de memória e cognição. Fim do Finado Franzino, que se Faça logo, Feito Homem, Porra, vamos a forra!
O fogo e ferro falavam em agulhas pontiagudas no pescoço peludo. Ela falavam de sonhos frenéticos, um fremir de foles feios, foliões finos, em um mundo fidedigno ao seu começo, selvagem e morto.
Nada tem sentido. Mais do mesmo. Fernanda, eu te amo. Foge. Vira Felino.
É inútil, mate-o.
Forte, faço de conta que não é o
BAM.
Fim.

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