Por Trás de Olhos Azuis – Conto e Ficha do Personagem para Mago, o Despertar
Aos 23 anos eu havia terminado o curso de direito. Graças a contatos de minha família, em menos de dois meses estava empregado na Brito e Marchuschi, um importante escritório de advocacia. Lá eu conheci Carolina, também advogada, ela acabou trabalhando comigo em muitos casos, um complementando o outro de acordo com suas deficiências. Eu sou excelente na pesquisa processual, construção de uma defesa bem elaborada, estudo da posição dos magistrados, jurisprudência, etc. Carolina por outro lado, era carismática, intimidadora, capaz de argumentar com perfeita retórica e astúcia. Eu era o estrategista, ela reinava no plano tático.
Aos 25 anos estava casado com ela. Morávamos em um enorme apartamento em Boa Viagem. Eu não achava enorme na época. Na verdade, admito, nem a apreciava tanto. Claro que a amava, mas no fundo, achava que havia casado cedo demais, que outras mulheres podiam me fazer mais feliz.
Aos 27 me tornei viúvo. Ela morreu em um acidente de carro. Morta por um bêbado que ignorou o sinal vermelho. O Tempra praticamente foi partido ao meio. De acordo com os legistas, sua morte foi instantânea.
2. No one knows what it’s like, To be the bad man
Era um domingo. Desses domingos quentes e longos. Havia trabalhado muito a semana toda, preparando material para um caso em que o processo já continha mais de 300 folhas. Não queria sair de casa e o gato anunciou claramente que estava com fome.
Carolina se ofereceu a ir a um supermercado comprar a ração. Não hesitei em mostrar alívio, mas prometi preparar o almoço, indo para a cozinha enquanto ela deixava o apartamento.
Ela não havia saído por mais de quinze minutos. Lembro de ter olhado para a água fervendo, onde eu havia jogado tempero. Virei-me para pegar a carne, ainda com sangue.
Meu despertar não durou mais que um segundo. Meu despertar foi longo e doloroso.
Em um momento estava na cozinha, de bermuda, camisa de malha, chinelos. No outro, estava em um penhasco sinuoso, nu, um vento carregado com poeira e pequenas lascas de pedra, arranhando e fazendo mesmo sangrar a minha pele.
A minha frente, a Torre. Feita de ferro, erguendo-se da terra no topo do penhasco como um elemento natural. Não podia distinguir onde terminava a rocha e começava o ferro. O ferro negro da torre se estendia centenas de metros acima do chão, formando em sua subida uma manopla, como um braço de um gigante que, enterrado, tentava alcançar o céu. Mesmo longe, eu via palavras gravadas no metal.
Havia três caminhos para chegar aos pés da torre. Mal os podia ver, com o vento arrebatador que cuspia pó em meu rosto. Mas sabia a jornada que cada um deles me conduzia, sendo esta para e além da torre.
A minha direita, o caminho levava para o esquecimento. Eu ligaria para Carolina, ela iria para o carro, livrando-a por segundos, de estar no local onde o caminhão a mataria. Pediria para ela trazer vinho. Ela voltaria a salvo. Teríamos filhos. Abriríamos nosso próprio escritório. Morreria antes dela, ironicamente em um acidente de carro.
À esquerda, com minha mente eu alcançaria a dela, ordenando-a que parasse o carro. Compartilharia o poder com ela, num amor renovado, mas que logo se tornaria um jogo e em enfim, ela não passaria de mais uma escrava entre tantas, satisfazendo meus desejos mais monstruosos. Eu me tornaria mais influente e rico, moldando a vontade de meus inimigos, revelando seus segredos e os chantageando. Demônios de fariam companhia em minhas refeições, com Adormecidos e Despertos comendo dos restos jogados no chão. Louca, um dia Carolina me mataria em meu sono, vítima de demônios que eu mesmo despejaria sobre ela.
À frente, estranhamente, o caminho era mais longo. Nesse caminho não havia promessas de cobiça ou de fé. Nele também vi demônios, nele eu também me tornaria um assassino. Mas não seria escravo da minha mão esquerda, nem da placidez de um preguiçoso domingo.
Cheguei aos pés da torre e escrevi meu nome, pintando o metal com meu sangue, banhado como estava pelas pedras e poeira jogadas contra mim. O metal cedeu ao toque do sangue e meu nome ficara inscrito.
Vi-me na cozinha e senti distante a morte de minha esposa. A primeira pessoa que eu assassinei.
3. None of my pain and woe, Can show through
Ainda estava atordoado pela experiência, mas ao mesmo tempo, compreendia claramente o que se passava comigo, tomando como natural a situação e aceitando a nova percepção do universo, assim como a morte de Carolina.
Ainda naquele domingo, conheci Exsomnis, que viria a ser meu mentor pelos próximos dois anos. Ele disse que fora alertado por outro Desperto de que em breve aconteceria um despertar na minha vizinhança e que ele deveria ser o meu primeiro tutor.
Usando a viuvez como pretexto, passei os próximos dias isolado com Exsomnis, que me ensinou os primeiros passos no uso de minha Vontade, assim como me tutorou sobre nossa história e me apresentou aos conceitos da sociedade que vivia por trás do véu.
Logo conheci outros Despertos e escolhi participar dos Guardiões do Véu. Exsomnis patrocinou a minha entrada na ordem na qual ele era também um dos membros.
4. To be fated to telling only lies
Entrar para uma das Ordens não é tarefa fácil. Não é como entrar para um clube ou associação Adormecida e mesmo as iniciações em grupos místicos de Adormecidos empalidecem em comparação.
Entre meu aprendizado e minha aprovação para entrar na ordem, dois anos se passaram. Para fazer parte dos Guardiões do Véu é preciso antes de tudo, entender e galgar o Labirinto. O Labirinto é a maneira como nos referimos a miríade de cultos, sociedades secretas e grupos subversivos e conspirações, controladas, podadas e jogadas umas contra as outras pela Ordem.
Apenas hoje eu sei como se dá a iniciação, com cada membro dos Guardiões do Véu passando por três etapas de iniciação, são o Véu Cinza, Véu Escarlate e Véu Negro. O processo foi criado para que o aprendiz se torne um hábil espião, leal aos preceitos da ordem e capaz de matar por eles.
No princípio, minhas instruções eram simples. Fui apresentado ao conceito do Labirinto e recebi instruções para me infiltrar em um dos grupos, uma sociedade teosófica com laços com a loja maçom do Recife. A Ordem arranjou meu convite para os maçons, e dentro, comecei a deixar exposto um desejo de conhecer reais métodos de magia. Após seis meses, do convite e entrada na maçonaria, fui iniciado na Magna Veritas. O pequeno grupo era composto por não mais que quinze membros. O grupo tinha como líder, um Desperto chamado Golab.
A Ordem havia me avisado que eu poderia me encontrar com outros Despertos, mas minhas instruções eram claras: eu não devia revelar que era nada mais que um Adormecido curioso. Haviam também me preparado para essa eventualidade, camuflando a minha aura para não parecer nada além de um Adormecido.
Após um ano de “serviço infiltrado”, sem revelar que era um Desperto ou qualquer conhecimento sobre isso, passei para o “Véu Escarlate”. Recebi ordens para matar um agente da polícia federal, que sob ordens do Magna Veritas, iria expor um outro grupo do Labirinto. Mesmo sendo um membro do grupo, não fazia idéia do interesse em expor uma outra organização, não até mais tarde. Na verdade o conflito pelo que estava passando não me permitiu pensar muito a respeito na ocasião.
Ainda não estava em paz comigo mesmo após a morte de Carolina. Por outro lado, eu acreditava nos ideais da ordem, sabia da importância do Labirinto. Enfim, decidi seguir minhas instruções e de acordo com o plano, o matei usando o mínimo possível de magia. Não foi simples e ele percebeu que estava sendo seguido. Chegou a atirar contra mim, mas protegido por uma magia que me faz parecer em um local ligeiramente diferente de onde estou se for atacado, consegui esfaqueá-lo sem sequer ser ferido.
Logo depois e ainda sem fazer idéia do quando havia avançado, mas estando a Ordem ciente de que eu me tornara capaz de matar pelos Guardiões, passei para o “Véu Negro”.
Entre a morte do agente da polícia federal e novas instruções, passaram-se dois meses. Nesse meio tempo, comecei a explorar meu trauma em relação à morte de Carolina, inicialmente só, meditando e pensando a respeito, algumas vezes fazendo viagens astrais e por fim, comecei a freqüentar sessões de terapia.
Além de descobrir mais sobre mim mesmo, desvendava mais sobre o Magna Veritas a cada dia. Além dos rituais que eu participava com todos os membros, havia um círculo interno que lidava diretamente com Golab. Com o que fui espionando, acabei por montar um quebra-cabeça arrepiante. Em troca de todo tipo de favores, o círculo interno escolhia e levava vítimas que eram estupradas e espancadas até a morte, as vezes pelos membros do círculo interno na presença de Golab, as vezes por espíritos que Golab invocava, semelhantes a ele.
Quando minhas instruções chegaram, fiquei chocado. Minhas ordens diziam para eu revelar que sou um Desperto e ajudar Golab e o círculo interno. De acordo com minhas ordens, eu deveria tomar proveito da situação, me tornar mais poderoso graças a Golab, e assim futuramente poderia servir melhor a Ordem. Eu mal acreditava no que lia.
Decidi ignorar a mensagem. Não duvidava de sua autenticidade, mas não podia seguir o caminho que ela me apontava. Minha escolha já havia sido feita quando despertei e eu não voltaria atrás. Decidi eliminar Golab, o círculo interno e fugir da Ordem por quanto tempo fosse possível.
Orgulhoso de minha capacidade, subestimei meus inimigos. Confrontei o círculo interno quando se encontraram novamente com Golab. Hoje teria feito diferente. Pegaria um por um, me aproveitando do fato deles não saberem quase nada sobre mim. Mas não foi isso que fiz. Antes que me desse conta, Golab havia invocado dois Goetia, ambos muito semelhantes a ele, podendo facilmente se passar por irmãos, distintos apenas pelos enormes músculos do primeiro e pela face efeminada do segundo.
Fui salvo por membros da Ordem que surgiram e eliminaram Golab e os membros do círculo. De acordo com eles eu havia provado que poderia fazer parte do grupo após ir contra minhas últimas ordens. Após o ritual de iniciação, desmontei o resto do Magna Veritas e me infiltrei em outros grupos do Labirinto.
5. My love is vengeance, That’s never free
Após ter visto e enfrentado Golab, comecei a estudar demonologia. Procurei novamente Exsomnis, a quem eu não mais vi desde que me enfiltrei no Magna Veritas. Nossa conversa foi curta. Demonologia é uma espécie de tabu entre os Despertos, já que ao tratar do abismo, há o risco de levar o Desperto para um dos Caminhos da Mão Esquerda, como os Scelesti ou Tremere.
Por outro lado, acredito que conhecer as armas do inimigo é um princípio aceitável e até uma estratégia inteligente e insisti com ele. Após nova recusa, ele me indicou um outro Desperto, Narses. Ele não vive em Recife, mas em Uberaba, interior de Minas Gerais e assim acabei fazendo minha primeira viagem astral.
Enquanto Narses conversava comigo no Telemos, o universo de sonhos formado pelo nosso inconsciente coletivo, Exsomnis terminava por me ensinar o que sabia sobre a Arcana do Espaço. Novamente eu e meu antigo tutor nos separamos, dessa vez em termos menos amigáveis. Não consegui convencê-lo da natureza benéfica de meus estudos. Na verdade, ele percebeu que eu não lhe contara tudo.
Afinal, eu não havia esquecido Carolina.
Meus estudos com Narse me levaram a conhecer os demônios da psique chamados de Goetia, os mesmos que vi serem invocados por Golab. Narse, um Clavicularii, invocava os demônios de sua própria psique e os derrotava, provando a si mesmo que era capaz de lutar e vencer seus próprios demônios, em um sentido bastante literal.
Com ele, me abri sobre o que pensava da morte de Carolina, sobre minhas dúvidas e minha culpa. Após mais conversas a respeito, que me lembravam muito minhas sessões de terapia, ele me fez o convite para me tornar um Clavicularii, que aceitei após ter o aval da Ordem.
Não poderia dizer que foi fácil. O Legado dos Clavicularii é severo, uma necessidade para que se possa lidar com os próprios demônios sem ser corrompido ou mesmo dominado por eles. Tive de deixar o resto da minha vida em segundo plano, sendo repreendido no trabalho e abandonando o trabalho no Labirinto.
Porém, antes de chegar aos meus 30 anos, dominara meu Orgulho e me curara da culpa em relação a morte de Carolina. Aliás, para alívio de meus amigos e familiares Adormecidos.
Carolina, mesmo morta, eu finalmente vim a perceber, tomava emprestada uma sobrevida que não merecia. Finalmente me conformei com sua passagem e me senti mais completo e percebendo que devia voltar a ter uma vida social saudável.
Ainda mantenho o contato com Narses e nós falamos com freqüência, seja por telefone ou quando realizo viagens astrais até o Templo de Salomão em Telemos. Mas depois de atingir o primeiro patamar entre os Clavicularii e poder lançar sobre outras pessoas o meu Orgulho, por prudência, resolvi avançar com menos voracidade no Legado. Sinto que Narses não está satisfeito com a lentidão com que agora progrido, mas acho necessária.
Além de aprender sobre Goetia, Narses também abriu meus horizontes ao me ensinar sobre a Sombra, um mundo paralelo ao nosso no qual habitam os espíritos das coisas. De todas as coisas. Isso me abalou num misto de encanto e assombro, quase tão forte quanto meu Despertar. Isso me tornou também mais responsável, afinal, antes não me dava conta das repercussões de cada ação que tomamos. Hoje, ao saber que cada objeto, sentimento e idéia estão literalmente vivos, penso mais antes de agir.
Renovou-me também a importância que dou aos Guardiões.
6. But my dreams they aren’t as empty, As my conscience seems to be
Acredito que a Ordem mantenha todos os Despertos em uma rédea curta e os seus próprios membros, em uma rédea ainda mais curta. Assim que meu treinamento com Narse mostrou-se mais lento, fui contatado pela Ordem.
Eles haviam me vinculado a uma cabala chamada “Os Venezianos”. Todos os membros têm o nome de Sombra criados com derivados do latim, e Veneza é uma referência aos rios do Recife. A cabala, formado só por Guardiões do Véu, tinha como missão manter o véu intacto na cidade, coisa que fazemos muito bem.
Não que tenha sido amor à primeira vista. Apesar de conhecer Exsomnis a bastante tempo, sendo ele o meu primeiro mentor, as últimas vezes que nós nos falamos haviam sido, na falta de uma palavra mais adequada, frias. Além do mais, o fato do grupo ter sido criado por uma imposição da Ordem não ajudava muito, mesmo que todos os membros tenham sempre sido leais.
Além de mim e Exsomnis, ainda haviam Vexari, Lacrima, Velox, Cardea e Lupercus. Lupercus foi morto em nossa primeira missão, ironicamente por um Lobisomem. Cardea foi morta ao defender o sacrário da cabala quando fomos atacados por Banidores.
O restante se mantém na cabala. Assim como eu, Exsomnis e Vexari são também Mastigos. Exsomnis assumiu a liderança do grupo por antiguidade, mesmo não estando longe do restante de nós em termos de conhecimento dos Arcana. Vexari é a única mulher do grupo desde a morte de Cardea, mantendo-se sempre um pouco na defensiva. Não sei bem o que há por detrás de sua agressividade, mas ela acabou por se isolar dos membros da cabala, o que a torna um problema à médio prazo.
Lacrima e Velox são muito unidos e depositam o seu Despertar a um mandato divino, talvez por isso coloquem o dever para com a Ordem em um patamar quase religioso. Os dois formam a segunda dupla da cabala, que trabalha após eu e Vexari conseguirmos as informações sobre nossos alvos.
Estamos sem um Sanctum desde o ataque dos Banidores, o que torna a procura por um novo Hallow e a disposição do local onde se encontra a nossa maior prioridade.
7. I have hours, only lonely, Behind blue eyes
Não me arrependo de minhas escolhas. Continuo trabalhando na empresa, falo de forma reticente com minha família, não faço amizades entre os Adormecidos que não sejam por conveniência, mas não faria outra escolha se a chance se apresentasse.
Minha tarefa como Guardião é dura, mas necessária. O relacionamento com os membros da cabala não é fácil, mas todos agem prontamente quando chamados ao dever e não deixam de dividir o que sabem com os outros membros da cabala.
No entanto, me sinto só. De acordo com Narses, isso é um reflexo de Carolina, mas é também algo mais. Tenho uma necessidade de passar adiante o que sei e no meio de segredos e intrigas e responsabilidades em que vivo, isso não é possível.
Então iniciei minha busca por um discípulo, um aprendiz. Eu não sou capaz ainda de passar adiante os ensinamentos do Legado, mas ambos o Consilium e a Ordem sabem que sou voluntário para ensinar um recém Desperto. De acordo com Narses, minhas chances são boas. Clavicularii têm a fama de serem ótimos instrutores, devido à maneira rigorosa como vivemos.
Daniel Lacerda (Devoras)
Conceito: Claviculari, iniciante dos Guardiões
Senda: Mastigos.
Ordem: Os Guardiões do Véu.
Cabala: Os Venezianos.
Atributos Mentais: Inteligência 3, Raciocínio 2 e Perseverança 4.
Atributos Físicos: Força 2, Destreza 2 e Vigor 2.
Atributos Sociais: Presença 2, Manipulação 3 e Autocontrole 2.
Habilidades Mentais: Erudição (Direito) 4, Investigação 3, Ocultismo (Demonologia, Goécia) 4.
Habilidades Físicas: Briga 1, Dissimulação 1, Esportes 1, Furto 1.
Habilidades Sociais: Astúcia 1, Empatia 1, Expressão 1, Intimidação 1, Persuasão 1.
Vantagens: Língua Sublime 1, Recursos 1, Status na Ordem (Os Guardiões do Véu) 1.
Força de Vontade: 4.
Sabedoria: 7.
Virtude: Fé.
Vício: Avareza.
Iniciativa: 4.
Defesa: 2.
Deslocamento: 9.
Vitalidade: 7.
Gnose: 3.
Arcanos: Espaço 3, Espírito 2, Mente 3.
Clássicos: Impostor (Mente 3), Intocável (Espaço 2), Olhar de Exorcista (Espírito 1).
Mana máxima/Por turno: 12/3
Blindagem: 3 (“Intocável”, Espaço 2)
Legado: Clavicularii: Primeiro: Projeção Goética (do suplemento Legacies: the Sublime)
Instrumento Mágico Dedicado: Máscara de Ferro com tiras de couro para prendê-la no rosto.
35 Pontos de Experiência gastos da seguinte forma:
18 – Space 3
14 – Spirit 2
2 – Status: Guardians of the Veil 1
1 – Sobra 1 ponto de experiência.
No comments:
Post a Comment